A contabilidade para as cooperativas
As cooperativas, longe de serem apenas mais um tipo de empresa, representam um modelo de negócio fundamentado em princípios de solidariedade, autogestão e democracia econômica. Ao invés de buscar o lucro individual máximo, as cooperativas priorizam o bem-estar coletivo de seus membros, que são ao mesmo tempo donos e clientes.
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Rodolfo F. S. Nunes
12/7/20242 min read


O cooperativismo, como conhecemos hoje, tem suas raízes fincadas na Inglaterra do século XIX, mais precisamente na era da Revolução Industrial. Com a ascensão das fábricas e a concentração de trabalhadores em condições precárias, surgiram movimentos em busca de alternativas ao sistema capitalista tradicional. A exploração da mão de obra, os baixos salários e a falta de direitos trabalhistas geraram um profundo descontentamento entre a classe operária.
O cooperativismo chegou ao Brasil no século XIX, trazido por imigrantes europeus, especialmente suíços e alemães. A primeira cooperativa brasileira foi a Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, fundada em 1889.
Principais características do cooperativismo:
Autogestão: Os membros participam ativamente da gestão da cooperativa.
Solidariedade: Os membros se ajudam mutuamente.
Democracia: As decisões são tomadas de forma coletiva.
Sustentabilidade: As cooperativas buscam o desenvolvimento econômico e social de forma equilibrada.
Tipos de cooperativas: crédito, consumo, produção, trabalho, agricultura, saúde, etc.
Princípios do cooperativismo: adesão voluntária e aberta, gestão democrática pelos membros, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação, treinamento e informação, cooperação entre cooperativas, preocupação com a comunidade.
A contabilidade de cooperativas apresenta particularidades que a diferenciam da contabilidade de outras empresas, decorrentes de sua natureza jurídica e dos princípios que a regem.
As cooperativas possuem uma dupla natureza: econômica e social. A parte econômica envolve a geração de resultados, enquanto a parte social se refere à distribuição desses resultados entre os cooperados e à promoção do bem-estar da comunidade.
Ao invés de lucros, as cooperativas geram sobras, que são distribuídas aos cooperados de acordo com o volume de negócios realizados ou outro critério definido no estatuto social.
As operações das cooperativas são divididas em ato cooperativo (relacionado à atividade principal da cooperativa e aos seus cooperados) e ato não cooperativo (atividades secundárias ou com terceiros). Essa distinção é fundamental para a contabilização e apuração das sobras. As cooperativas são obrigadas a constituir uma reserva legal, que tem como objetivo garantir a estabilidade financeira da cooperativa e atender a eventuais perdas.
Por fim, As cooperativas devem prestar contas periodicamente aos seus cooperados, demonstrando a situação financeira e os resultados obtidos. A contabilidade das cooperativas deve estar alinhada aos princípios cooperativistas, como a democracia, a equidade, a solidariedade e a autonomia.
A contabilidade de cooperativas é uma área especializada que exige conhecimentos específicos sobre a legislação cooperativa e os princípios que regem esse tipo de organização. Ao compreender as particularidades da contabilidade cooperativa, é possível garantir a gestão eficiente e transparente das cooperativas, contribuindo para o seu sucesso e para o desenvolvimento do cooperativismo.
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