O Mito do Salário no Terceiro Setor: Uma Análise Detalhada
O mito de que os salários no terceiro setor são necessariamente baixos é uma crença persistente, mas que merece ser desconstruída. É preciso entender que o terceiro setor é um universo vasto e diverso, composto por organizações com diferentes fontes de financiamento, missões e estruturas.
CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETORCONTABILIDADE ESPECIALIZADATERCEIRO SETORSEM FINS LUCRATIVOSASSOCIATIVISMOCOOPERATIVISMOSEM FINS ECONÔMICOSASSOCIAÇÕES E FUNDAÇÕES
Rodolfo F. S. Nunes
12/12/20242 min read


Por que esse mito persiste? Muitas vezes, o terceiro setor é visto de maneira romantizada, como um espaço de trabalho idealista onde as pessoas se dedicam a causas sociais por vocação e não por remuneração. Além disso, a falta de um levantamento sistemático e abrangente sobre os salários dificulta a comparação com outros setores. A diversidade das organizações também contribui para essa visão, já que as remunerações variam significativamente dependendo de fatores como porte, área de atuação, fonte de financiamento e localização geográfica.
Existem algumas questões principais a serem consideradas. As fontes de financiamento, por exemplo, têm um grande impacto nos salários. Organizações que dependem de recursos públicos enfrentam restrições orçamentárias, enquanto aquelas que recebem doações de empresas podem ter mais flexibilidade para oferecer melhores remunerações. Já as que dependem de doações individuais geralmente encontram mais dificuldades em garantir sustentabilidade financeira, o que reflete nos salários.
O porte da organização também influencia. Grandes ONGs, por contarem com estruturas mais complexas, tendem a oferecer melhores benefícios e remunerações, enquanto pequenas organizações enfrentam mais limitações financeiras. A área de atuação é outro fator determinante: setores como saúde e educação, que demandam alta qualificação profissional, frequentemente oferecem salários mais altos, enquanto atividades de advocacy, especialmente em organizações menores, apresentam remunerações mais modestas.
A localização geográfica é igualmente relevante. Nos centros urbanos, os salários tendem a ser mais altos devido à maior oferta de empregos e à concorrência por talentos. Em regiões mais afastadas, a menor demanda por mão de obra qualificada e a capacidade de pagamento reduzida das organizações resultam em salários mais baixos. Além disso, é importante considerar os benefícios oferecidos pelas organizações do terceiro setor, como plano de saúde, vale-transporte e oportunidades de desenvolvimento profissional, que podem complementar a remuneração direta.
Portanto, afirmar que todos os salários no terceiro setor são baixos é uma generalização que não reflete a realidade. A remuneração nesse segmento varia de acordo com uma série de fatores, o que evidencia a necessidade de desmistificar essa ideia. Isso é fundamental para atrair profissionais qualificados, valorizar o trabalho realizado pelas organizações e fortalecer o setor como um todo. Salários justos e competitivos são essenciais para reter talentos e garantir condições dignas de trabalho, o que, por sua vez, contribui para o alcance dos objetivos das organizações.
Para aprofundar esse debate, é relevante explorar questões como as principais dificuldades enfrentadas pelas organizações do terceiro setor para oferecer salários competitivos, a promoção de políticas públicas que incentivem a valorização do trabalho no setor e o papel das empresas no apoio financeiro às organizações e na garantia de condições de trabalho justas. Ao desmistificar o mito do salário no terceiro setor, contribuímos para um debate mais informado e construtivo sobre o futuro desse importante segmento da sociedade.
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